segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Trânsito de Salvador: Um desafio para ACM Neto


Foto: Helton Carlucho / Foco nas Eleições
O Trânsito de Salvador representa um dos grandes desafios para o prefeito eleito. A frota de veículos da cidade aumentou 43% nos últimos 10 anos, o terceiro maior crescimento entre as cinco mais populosas cidades do país: São Paulo (39%), Rio de Janeiro (36%), Brasília (51%) e Fortaleza (51%).

Caso o ritmo permaneça o mesmo, com o crescimento médio de 6% ao ano, devido, em grande parte, aos incentivos do governo federal para aquisições do carro zero, a capital baiana terá mais de 1 milhão de veículos para uma população de quase 3 milhões de pessoas em 2016, o quarto ano do mandato do próximo gestor. O aumento de carros em uma cidade que não possui planejamento urbano está causando uma série de mudanças no cotidiano dos moradores da capital.

A dona de casa Maria do Rosário, que mora em Pau da Lima há quatro anos, já cansou de desmarcar compromissos por conta do trânsito. “Quando tenho que fazer alguma coisa no Centro, saio duas horas antes. Aqui é tudo bagunçado. Ninguém respeita nada”, reclama. De acordo com o professor do curso de Urbanismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Juan Pedro Moreno Delgado, o problema de mobilidade reflete a saturação das grandes avenidas de Salvador, a origem está na falta de controle no uso do solo da cidade, onde foram construídos muitos empreendimentos sem estrutura nas ruas. "A cada ano, a cidade vai parando mais", alerta. A ausência de planejamento urbano é apontada por todos os especialistas como um dos principais problema do tráfego.

O fato é que Salvador não se preparou para receber o boom dos milhares de veículos que chegam às ruas todos os meses, apesar de desde a década de 70 já se chamar a atenção para a impossibilidade de dissociar o trânsito do planejamento do uso do solo. Júlio Moreno, jornalista e autor de “O futuro das cidades”, relata, que o conceito clássico que se tem do planejamento urbano relaciona essa atividade à utilização de planos e regulamentos para guiar o uso do solo, com o objetivo de controlar o crescimento das cidades. E tal foi, de fato, o planejamento urbano praticado entre os anos 1950 e 1970, época em que proliferaram os planos diretores, as leis de zoneamento e os códigos de obras no mundo todo, inclusive nas grandes cidades brasileiras. 

Por Laila Cristina

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